quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Resenha - A arte de escrever bem - Dad Squarisi e Arlete Salvador



SQUARISI, Dad; SALVADOR, Arlete. A arte de escrever bem: Um guia para jornalistas e profissionais do texto. São Paulo: Contexto, 2012.


Dad e Arlete explicam aos estudantes de jornalismo como escrever bem, como ter uma redação jornalística agradável e profissional. Um livro delicioso de ser lido e estudado. Logo na segunda página elas lançam as seis perguntas fundamentais que geralmente são feitas por quem lê reportagens: O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? Citam diversos exemplos de notícias respondendo às seis perguntas. Na realidade, o livro é repleto de exemplos, o que torna a leitura ainda mais fluente.

"Não foi por acidente que Gonçalves Dias compôs: 'Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá'. Se tivesse dito 'Minha terra tem árvores / Onde canta o pássaro', seus versos estariam enterrados com ele, ignorados de todos" (p. 32).

Sobre os adjetivos, lançam vários avisos de que eles são perigosos. Vários deles não dizem nada. Ou dizem tudo. Depende sempre do ponto de vista de quem lê.

"O que é clima maravilhoso? Quente? Chuvoso? Nublado? Depende do gosto do freguês" (p. 34)

E - pasmem! - apresentam uma fórmula para avaliar o índice de dificuldade do escrito. É resultado de um estudo americano, adaptado para o português por Alberto Dines




No dia 30 de dezembro, mesmo dia em que terminei de ler este livro, assistindo ao Bom dia Brasil, chamou-me a atenção uma notícia. Qulal a cidade brasileira onde há o maior número de sortudos da Mega-Sena? Eu, inocente, caí na armadilha que Dad e Arlete alertam: "A apresentação das notícias seguintes precisa ser tão forte quanto a própria notícia - ou mais" (p. 82). Claro que a resposta era Brasília. e os jornalistas Chico e Giuliana ainda davam risinhos ao apresentar a matéria. Ora essa! Não estava na cara?! Porém, como eu já disse em outro texto meu, eles são sutis. Até nas piadinhas com humor negro - expressão condenada por Dad e Arlete, já que soa um tanto preconceituoso.

Para finalizar o saboroso livro de 105 páginas, dão presentinhos a nós: pérolas jornalísticas. Quem não gosta, não é?!


"Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério para satisfação dos habitantes."



"Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável."


"No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos" (mas gente?! haha)

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